Senhorita Frieza

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Eu sei que pareço fria. Fria não, uma pedra de gelo. Mas esse é o único jeito que encontrei para te manter distante de mim. Que fique claro: isso não é um pedido de desculpa. Não tem por que me desculpar. Por mais que não pareça e que você não esteja nem um pouco interessado em saber, eu tenho minhas razões. Eu sei que, na verdade, nada disso te importa ou te preocupa. Eu sei que você não está nem aí para o que eu faço ou deixo de fazer, eu sei. Não me iludo, não me persuado a acreditar nas minhas próprias fantasias. De qualquer forma, deixa eu te contar: eu estou agindo assim, porque eu quero te esquecer. Te quero longe. Ou melhor, te quero perto, junto a mim, coladinho, mas como não é isso que você quer, optei pela distância. É mais fácil. É menos difícil.

É melhor te ignorar e agir como se não estivesse te vendo, a ir aí e te agarrar, roubar um beijo seu na frente de todo mundo. Porque é isso que eu tenho vontade de fazer. Como você conseguiu fazer isso comigo, garoto? Era só um beijo, sem compromisso, lembra? Você conseguiu cumprir sua parte, eu não. Eu me apaixonei, droga. Putz, eu me apaixonei por você. De verdade. Fiquei viciada na sua boca, então, como não desejá-la quando te vejo? Pois é, eu estou conseguindo. Fingindo não te ver e não me importar com a sua presença. Posso até ousar, dizendo que realmente não me importo muito com sua presença. É a sua ausência que me corrói, me parte ao meio, me dilacera.

Eu vou continuar levando as coisas assim: se você não vem, eu também não vou. Se você não fala, eu menos ainda. Agora, se você vier, eu te abraço, te agarro e não te deixo sair nunca mais. Quem sabe um dia eu crio coragem e, como uma criança, faço manha, bato o pé e digo que te quero até te ter? É porque eu ainda estou esperando as coisas acontecerem naturalmente. Quem sabe eu não consiga me convencer que você não vale a minha espera? Tempo. Foi isso que você disse que ia nos responder, né? Parece que ele está trazendo mais perguntas ainda. Enquanto isso, me mantenho distante. Enquanto eu não aprendi a resistir a nós dois.

Um comentário

Do lado de fora

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Hoje, você está aqui, à minha porta. Já bateu, tocou a campainha e gritou o meu nome. Além dessa preguiça enorme, há vários motivos para que eu não me levante da cama e vá atendê-lo. O meu orgulho? Talvez. Também. Há muito mais coisas separando nós dois do que você imagina. Não vou apontar os seus erros agora, deixe-os no túmulo, eu mesma fiz questão de enterrá-los. Mas seus acertos também não são convenientes ao momento. Pra que relembrá-los agora? Porque eu sei que, se eu for aí, você vai me recordar do quanto era gentil no início, do quanto me amou.

Me desculpe, mas eu não estou nem aí para o que você sente ou deixa de sentir e nem para as flores que resolveu me trazer. Elas não vão funcionar agora, não mais.

Eu não tenho mais nada a dizer, não te amo e nem te odeio. Só não te quero mais na minha vida, nos meus porta-retratos. "Ponha-se daqui para fora"- dissemos eu e o meu coração há meses atrás. Talvez seja a frase que eu mais me orgulhe de ter dito. Mesmo que você realmente esteja disposto a entrar e ser outra pessoa daqui para frente, eu não quero mais. Já brincamos demais de casal feliz. Agora, encontre seu caminho. Eu já estou fazendo isso. E é bom, muito bom. A liberdade é uma sensação ótima e me causa mais prazer do que seus beijos. É isso, vai ser feliz longe de mim, você consegue!

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