Abrindo o baú: melhores viagens









Desde pequena, um dos meus maiores sonhos é rodar o mundo. Não é forma de dizer: queria poder colocar uma mochila nas costas (na verdade, uma mala de carrinho bem grande, porque não sou tão prática) e desbravar até os lugares que não sei que existem. Graças a Deus, minha família sempre alimentou e contribui para que essa vontade crescesse.
 Minha primeira viagem foi com apenas um mês de nascida, para conhecer a família materna. Até uns 4 anos atrás, eu e meus pais viajávamos com uma frequência bem maior e acabo sentindo um pouco de falta de "morar" por uns dias em hotéis Brasil afora.
 Quando fiz 15 anos, dediquei uma página inteira do meu álbum para escrever os nomes das cidades que tinha passado até então. Para completar, descobri esses dias que meu nome tem outro significado além de "a que traz felicidade": viajante. Coincidência, não? É, não. Não acredito muito em coincidências e acho que esse é só mais um motivo para querer fazer jus ao nome que carrego.
 Só queria dizer mais uma coisa: acreditem fielmente em todos os seus sonhos. Antes de dormir e ao acordar, lembrem de contá-los a Deus. Acontecem, viu?




























 Buenos Aires, 2008. Presente de aniversário de 10 anos. Logo depois, embarcamos para o Chile.


























 Curitiba, 2010. Odeio meu cabelo nessa viagem, portanto nunca posto fotos minhas. Mas Curitiba é linda. Está entre as primeiras entre "cidades que quero voltar".

MSC Musica, 2011. Ao lado das pessoas que alimentam a cada uma das minhas milhares de loucuras.

 Orlando, 2012. Ir a todos os parques da Disney não pode ser definido de outra forma: realização do meu maior sonho. Meus tios são como pais para mim. Foram eles os responsáveis pelos dias mais mágicos que já vivi. 

 Há muitas outras fotos, viagens e histórias. Não encontrei o DVD com backup do computador dos meus pais, onde as outras imagens estão. Qualquer dia desses, acho e venho aqui compartilhar. Quais são os sonhos de vocês? O que os separa deles? Acreditem!

Primeira imagem: We Heart It.


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Mimimi: experiências de intercâmbios de Nathália Travaglia



 SURPRESA! Quem achou que a conversa com a autora Nathália Travaglia tinha acabado, errou. Eu e Nath temos um amor em comum: o mundo. Seu primeiro livro, Isto Não é Permitido, surgiu graças às suas experiências em um dos intercâmbios que fez.
 Nathália morou nos Estados Unidos, no Egito e na Alemanha e, detalhadamente, contou o que cada país a ensinou e os momentos únicos que passou.

DDD- Sobre suas viagens ao exterior: você já fez intercâmbio para os Estados Unidos, Egito e Alemanha, porém com objetivos diferentes, certo? O que pretendia em cada uma dessas viagens?

 Nathália: Países que eu já visitei, são vários, mas eu prefiro falar sobre os que eu morei. Cada intercâmbio teve um motivo, uma época, um significado e uma importância especial na minha vida. O primeiro deles foi Berlim. Chegar em uma cidade às duas horas da tarde em pleno mês de dezembro e encontrá-la escura, me assustou um pouco. Nas primeiras semanas não me adaptei com a comida, vomitava quase todos os dias. Peguei temperaturas de -22 graus e vi neve pela primeira vez na minha vida. Me apaixonei várias vezes, pela cidade, pelos amigos, pelo meu emprego. Ah, e o meu emprego, o objetivo desse intercâmbio foi fazer um estágio em um instituto federal de pesquisas e testes em materiais. Foram 3 meses convivendo com tecnologias de ponta, com uma equipe de cientistas que me ensinaram mais do que eu aprendi a minha vida inteira de estudos. Palestras que me faziam sentir que eu estava num filme de ficção tamanha disparidade com a tecnologia no Brasil. Fiz grandes amigos, com os quais mantenho contato até hoje (vou visitar dois agora em junho, na Itália). Berlim pra mim foi, de longe, meu melhor intercâmbio, minha cidade favorita no mundo e onde meu coração ficou.
Egito. Eu nunca pensei em ir ao Egito. Lembrava do Egito dos livros de história e de Harry Potter! Enquanto estava na Alemanha eu conheci a AIESEC, e me apaixonei pelo trabalho deles. Eles fazem intercâmbios voluntários no mundo inteiro e tem vários tipo de trabalhos. Eu decidi que queria usar minhas férias para fazer alguma coisa boa. Eu sempre fiz trabalho voluntário no Brasil, mas queria essa experiência de algo no exterior. Busquei vagas em vários lugares, me apaixonei por uma na Grécia, mas não consegui a vaga, pediam um idioma que eu não falava. Por fim apareceu uma vaga no Egito para brasileiros. Eu me candidatei, fui aprovada, mas anularam o programa. Nessa altura do campeonato, eu já sabia tudo sobre o Egito, já tinha até mesmo comprado minhas passagens, um livrinho "como se virar no Egito" e tudo mais. Decidi que iria para lá de qualquer forma. Saí procurando todas as vagas que tinham naquele país. Consegui uma, em um orfanato em Cairo. Eu brincaria com as crianças e ensinaria um pouco de inglês para elas. Eles me aceitaram e poucos dias antes de sair o resultado das eleições deles, lá estava eu, quase caindo dentro do Rio Nilo. Foram 54 dias intensos, com problemas e alegrias. Foi o intercâmbio que eu mais aprendi. Aprendi a dar valor ao meu país, a minha família, aos meus amigos e a essa liberdade que nós temos no Brasil principalmente no quesito religioso (eu sou evangélica) .
Estados Unidos- Eu não estava muito feliz de ir para os Estados Unidos. Você vai me dizer que isso é um sonho e tudo mais. Mas o fato é que quando eu apliquei para o Ciência Sem Fronteiras, apliquei para o Reino Unido, eu queria voltar desesperadamente para perto de Berlim, queria ir para lá todos os feriados que tivesse. Queria estar naquela cidade de qualquer forma. Pois bem, eu fui pros USA, não bastasse ser ali, fui para uma cidade no noroeste do país, que ficava a apenas 7 horas de voo do Japão. Me deixaram o mais longe possível do que eu amava. Portland é uma cidade linda e em alguns pontos se assemelha a Belim, fiz ótimos amigos. O outono era lindo, até que a chuva começou. Choveram por exatamente 9 meses. Os nove meses que eu passei ali, naquela cidade. Eu morava sozinha em um studio 4x3. Janeiro, quando o inverno chegou, eu já não saía de casa, foi aí que eu comecei a escrever meu primeiro livro "Isto Não é Permitido". Foi o que segurou a barra do inverno, dos dias curtos e as noites mais longas que eu já tive na vida. Eu sofria e chorava junto com minha personagem principal, mas todas as noites eu estava ali com ela, escrevendo letra por letra da vida dela. O inverno foi passando e com ele as páginas do livros foram chegando ao fim. Não vou mentir e falar que na primavera parou de chover e foi tudo alegria. Não parou, mas tinha momentos de sol que eu curtia cada segunda naquela praça no meio da universidade. Ah Portland.
No verão, eu decidi mudar para Califórnia. Não aguentava mais as chuvas! Prefiro o deserto do Cairo! Pois bem, me mudei para a Universidade de Stanford. Todos os dias com sol! A universidade era linda, fiz vários amigos. Comecei outro livro. Infelizmente Stanford passou muito rápido, mas a outra parte do meu coração que ainda restava em mim ficou ali. Naquele quarto do prédio do Potter no Sterling Quad. Número 205.

Lendo os relatos e as experiências incríveis da Nathália, fiquei com vontade de arrumar a mala e sair rodando o mundo! Gostaria de agradecê-la por ter aberto seu coração de forma tão franca para o Dama do Drama. A Nath sempre será muito bem vinda aqui!


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Ele


(Dê play em "I can't make you love me" e leia)

 Ele era o café da manhã de segunda-feira. Aquela refeição que é a mais importante da semana, a que sustém. Ele era um moço de fala tranquila, tinha explicações mansas para tudo que havia de errado, confuso e angustiante. Ele era minimante o porquê de não haver mais por quês. Era simples. Parecia aquelas frações com denominador enorme. Sabe aquelas que são divisíveis por dois? Então, era assim. Ele parecia ter sido simplificado várias vezes e chegado a um número irredutível. E era fascinante não carregar essas angústias que todo mundo carrega por viver com fardos, por amar o que traz peso, o que traz dúvida. Ele era como aqueles livros infantis  finos e ilustrados. Era de leitura clara, era fácil de ser entendido, tinha sempre bons finais. Assemelhava-se a um anjo por tamanha pureza. Não via mal em nada. Nem em mim. Que apesar de boa, o fiz chorar agarrado ao lenço vermelho que carregava meu cheiro. Ele era cheiroso também: acho que seu perfume era como o das flores que há nos bosques ainda não descobertos.
 Ele era o ser mais lindo de todo Universo. Era lindo em sua essência. No filme que às vezes passa na minha cabeça, eu paro em frente à sua cama e o observo enquanto dorme. Não chego nem a tocar em seus cabelos negros, muito menos em sua pele alva. O meu último desejo seria esse: vê-lo viver, sem incomodar. Saber se as notas da faculdade estão satisfatórias e se sente saudade da casa dos pais. Mas não mando mensagem, não peço notícias. De vez em quando, antes de dormir, eu peço a Deus que cuide dele, que não permita que gente ruim o encontre.
 Ele era a pessoa mais linda no mundo, já falei? Pois bem, acho que eu não serviria para alguém assim. Sei lá por que, acho que minha missão aqui é só contar sobre as pessoas que passam por mim. Creio que ninguém fique na minha vida por muito tempo, sabe? Na verdade, ninguém fica na minha vida. As pessoas passam. Ele passou e deixou rastros de luz. Rastros de amor, de bondade, de calma. Deixou uma admiração sem fim. Deixou uma saudade boa, que não passa nunca. Não passou com o tempo, muito menos com esses outros rapazes que passaram por mim. Eu com certeza o tatuaria no peito. Eu com certeza o escreveria um livro. Mas eu não faço nada disso. Eu só o observo nos meus sonhos, com um outro alguém, um alguém que é, diferente de mim, que apenas fui e fui rapidamente. Esse alguém o traz paz e certeza. E isso eu não saberia fazer: trazer paz. Eu sou uma tempestade em conta gotas, sou um livro escrito em hebraico de trás para frente.
 Fique tranquilo, eu estou bem. Mesmo com essa saudade que não cabe em lágrimas, não cabe em músicas, nem nos cinco cômodos dessa casa, nem nos rapazes que me chamam para o cinema, nem no salário que mantém minhas contas e futilidades. É uma saudade adormecida, sinto apenas quando as pessoas vão embora e a música para de tocar. É sério, eu juro que estou legal. Sempre fica tudo bem. Ele era a coisa mais bonita que eu tinha e tudo que eu desejava, era vê-lo feliz. E é por isso que eu fui embora: eu não saberia cumprir essa missão. Mas, ouça bem, moço: se um dia o encontrar na rua, não esquece de conferir se ele carrega um sorriso largo, se está com uma boa feição. Vê e me conta. Porque, se não estiver, eu redobro minhas orações, eu abro mão do meu anjo da guarda, só para que ele esteja bem. 

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Mimimi: Nathália Travaglia



 O Mimimi de hoje é cheio de cultura, conhecimento e amor. Conversei com Nathália Travaglia, autora do livro "Isto Não é Permitido", estudante de Engenharia Metalúrgica, viajante e, coincidentemente, prima da atriz e cantora, Sophia Abrahão. 

DDD- Sua primeira faculdade foi a de Letras. Agora, você cursa Engenharia Metalúrgica, uma área totalmente diferente. O que te levou a mudar?

Nathália: Decepção. Eu me decepcionei com o curso de Letras e a instabilidade da UFOP, todo período era uma grade diferente, eu nunca sabia quais matérias cursar e não sabia se meu curso (bacharelado em Literatura) existiria quando eu formasse, pois queriam acabar com ele. Aí um dia eu resolvi conversar com algumas pessoas do departamento de graduação da UFOP, me indicaram mudar de curso, mas antes disso cursar algumas matérias para ter fereza que eu realmente queria aquilo. Foi quando eu puxei algumas matérias de Engenharia de Minas. Eu fiz aula com um professor excelente que era apaixonado pelo curso e com isso eu me apaixonei por Engenharia de Minas (eu faço metalúrgica). Decidi que não queria mais morar em Ouro Preto e tentei Engenharia de Produção na UFOP campus João Monlevade, passei. Passei também em Engenharia Metalúrgica na UEMG também na cidade de João Monlevade. Com um curso diurno e um noturno eu levei os dois por 3 anos até ter que optar por metalurgia por causa das minhas constantes viagens para o exterior.

DDD- E quando ele viu totalmente pronto, o que achou?

Nathália: Foi a primeira vez que meu pai me elogiou na vida. Eu lembro direitinho dele falando comigo no telefone falando que eu tinha talento. Ele sempre foi um pouco frio, nunca me deu os parabéns por nada na faculdade. Nem quando passei nos vestibulares (que foram vários, hahaha), nem pela bolsa de estudos do governo, nem pelo estágio na Alemanha. Então, pra mim, ao ouvir aquilo já tinha valido a pena, não precisava publicar, não precisava mais nada. Eu já estava realizada.

DDD- Como foi esse período entre o término do livro e a publicação? Você trabalhou sozinha para que ele fosse publicado ou teve algum tipo de ajuda?

Nathália: Tive amigos me ajudando na capa e um amigo do meu pai me ajudou na publicação. Ele tem uma gráfica, aí eu olhei tudo com ele. Mas no geral eu que corri atrás de tudo mesmo.

DDD- No Brasil, é muito difícil viver de Literatura, manter-se financeiramente. Você, em particular, obteve um bom retorno financeiro com o "Isso Não é Permitido"?

Nathália: Não e eu nunca fiz visando esse retorno. Quando decidi publicar por conta própria, eu já sabia que estava gastando meu dinheiro e que talvez não ia ter ele de volta. Mas a satisfação de ter publicado ele é bem maior que a satisfação financeira. Claro que eu queria vender milhões e viver disso, mas não é o caso.

DDD- Com isso, uma pergunta é inevitável: valeu a pena? Faria tudo novamente?

 Nathália: Valeu! Cada etapa! E com certeza faria tudo novamente, bom, na verdade já estou escrevendo outro.

DDD- Pode adiantar ao menos o assunto do próximo pra gente ou ainda é segredo?

Nathália: Diferente do primeiro, esse é policial, está sendo escrito em parceria com a minha irmã e também traz vários países no enredo. Ah, e é uma trilogia.

DDD- Seu livro está sendo vendido na loja online da sua prima, Sophia Abrahão. Certamente, a popularidade dela e o grande número de fãs, possibilitou que várias pessoas conhecessem sua obra. Em algum momento se referiram negativamente a você por conta desse grau de parentesco? Já houve um "prima da Sophia Abrahão" que soasse de forma maldosa?

Nathália: Não, pelo contrário, os fãs dela no geral são bem atenciosos.

DDD- Última perguntinha: Como se vê daqui a 5 anos? Trabalhando em área, com quantos livros publicados e em que lugar do mundo?

Nathália: Trabalhando com Engenharia na Europa e escrevendo por hobby.


 Sou suspeita, mas adorei conversar com a Nath! Quando os assuntos são livros e viagens, tudo se torna ainda mais interessante. E principalmente com alguém tão doce. Sabem qual é a boa notícia? Amanhã tem um bônus dessa entrevista aqui no blog e o tema é: intercâmbio! Até amanhã!

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 Ops, foi sem querer. Tropecei e sei lá como essa mensagem foi enviada. Eu juro, não era nada disso que eu estava planejando há uns cinco dias. Também não pretendia te encontrar esse final de semana às nove em frente ao barzinho que sempre combinávamos de ir e nunca fomos. Não é nada disso. Agora imagina como seria se você fosse e a gente bebesse umas quatro doses de tequila (que nós certamente não beberíamos, porque eu te daria uma bronca antes) e lembrássemos da primeira vez que saí de carro com você. Você saiu e ficou encostado na sua porta, enquanto eu continuei sentada, acreditando que abriria a minha. Quando desencantei da possibilidade de cavalheirismo, uns quatro minutos depois, abri e saí rindo. Você reparou o porquê, soltou uma gargalhada alta e perguntou: “vai me dizer que ainda acredita em príncipe encantado e conto de fadas?”. Acreditei até em você, animal. Eu estava puta. Cê passou o dia meio frio e distante. Não me beijou para se despedir. Respondeu minha mensagem de boa noite com um “ok”. Mas tá ok.
  Agora pensa se nessa mensagem tem também um “ainda quer ter quatro filhos comigo? Tudo bem, vou ceder. Deixo eles terem a sua boca, apesar da minha ter formato de coração”. Acho que você toparia. Ia me largar assim que eu engordasse os dois primeiros quilos, mas seria uma boa ter filhos seus. Sua mãe que não ia gostar nada, eu sei que ela não foi com a minha cara. Ela preferia aquelas suas amigas meio piranMODERNAS... Aposto que ela falou de mim quando eu saí e disse que eu não era boa pra você, que era meio fresca. Minha mãe também não gostava de você e nem meu pai e nem minhas amigas, mas minha cachorra gostava e isso já era um bom começo, né? Mas, depois, a gente discutiu porque você não queria ir à igreja comigo aos domingos e não respondia mais minhas mensagens num prazo de um minuto e aí as coisas ficaram sérias. Eu pensei que fosse mais uma birra do garoto de 11 anos (para deixar clara sua mentalidade) com quem eu saía e que jurava ser meu futuro amorzinho. Mas era você dizendo que já tinha cansado de ser um cara legal e que tinha medo de continuar comigo e querer ser um cara legal de vez. Falando sério sobre essa nossa comédia nem um pouco romântica e meio estabanada, desengonçada e, quem sabe, trágica: você tinha um medo danado de se apegar a mim. Se apegar a mim ainda mais. Se apegar a mim e não querer mais soltar. E já tava com sintomas, que eu percebi. Cê foi, aprontou todas, eu fui a umas baladas, fiquei com uns caras tipo você, outros tipo você só que melhores, mas to aqui te mandando mensagem para saber: como é que você está? E aquele bar, será que rola?

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