Quero um amor maior

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Confesso: cansei de viver coisas superficiais. Amores superficiais. Ou melhor, paixões. Quase paixões. Nada profundo, nem enlouquecedor. É estranho, bem estranho. Acho que me falta coragem, me falta um impulso. Parece que antes de me envolver, eu já me protejo de possíveis de decepções. E com isso, eu perco também, possíveis surpresas. O que está faltando? Não sei se é bem a pessoa certa e nem o momento certo. O que falta é arriscar, sem pensar, sem medir consequências.

Eu quero algo intenso, que me faça perder o sono, a fome, que me deixe nervosa e com borboletas no estômago. Que me faça cantar, como eu não canto há muito tempo, e que faça o tempo parar. Que me faça rir e dançar na chuva; escrever poesias, esquecer que na tela do cinema está passando um filme. Algo que me dê vontade de me entregar, sem medo; que seja o primeiro e o último pensamento do dia. Que me faça começar a contar os minutos para o final de semana, na segunda-feira. É isso, exatamente isso que quero. Uma coisa nova, que jamais tenha vivido. Porque não se envolver, não deixar acontecer, cansa. Ei, a porta está entreaberta. Que amor me invada e roube minhas noites de sono.

Engraçado, não? Eu estou tão acostumada a escrever sobre o amor e não vivo um há... anos. ANOS. Não esse tipo de amor. Porque amar, eu amo muito: amo a vida, amo gente, amo abraço. Mas esse negócio que eu quero é diferente e nem eu sei direito como é. E ao mesmo tempo que eu desejo viver isso, quero que seja naturalmente. O amor é livre, não cabe em vontades, textos, músicas e muito menos em definições. Não posso me obrigar a viver. Não posso sair por aí e dizer ao primeiro garoto que passar que eu o amo.

É só eu me distrair novamente, baixar a guarda, parar com essa defesa e estar no lugar certo, na hora certa para esbarrar nele: o amor. O amado. Acontece assim... Pelo menos foi desse jeito da última vez. O amor surpreende, chega calado e faz estrago. Solta fogos e queima incessantemente, um ápice de loucura.

Chega de limites, de excesso de maturidade, de me prender à imagem do "cara perfeito". Ele não vai chegar com plaquinha e nem vai avisar. Só será perceptível quando já tiver se apossado de mim. E, dessa vez, devo confessar: é o que mais quero. E quando ele já estiver aqui, não vou saber esconder. O amor costuma escorrer pela minha caneta numa folha de papel e transparecer no meu sorriso. Aí, não vou precisar contar. Quero amor, amor de verdade. Sem ser desses que as pessoas vivem hoje. Não precisa ser para sempre, mas precisa me fazer ter vontade que seja.

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Ao seu redor

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Eu parei de me importar com o comportamento alheio há tempos. Antes eu me questionava bastante o porquê de certas atitudes ou falta delas. Com o tempo e determinadas situações, aprendi a ignorar. O que ora é difícil fazer, ora é o melhor. A verdade é que somos seres humanos, porém não humanizados. Acho incrível a falta de sensibilidade das pessoas. Sensibilidade não é chorar com facilidade, é sentir por alguém.

Hoje em dia, as pessoas criam para si um mundinho e o colocam numa redoma de vidro, onde ninguém pode entrar e nada pode ser percebido. Cada vez mais, cria-se gente individualista e vazia. Digo por mim mesma: às vezes, entro e saio milhares de vezes do mesmo lugar com humores, vontades e problemas tão diferentes e me sinto invisível, imperceptível. Aí está o grande perigo: ignorar é uma arma e pode ser usada de duas maneiras, para se defender e para matar. A sensibilidade não é algo que surge imediatamente, muito pelo contrário, ela é construída a partir de observação. Por isso, preste a atenção em que/ quem está ao seu redor.

O egoísmo é muito danoso. Confesso que eu já tive o meu lado egoísta e, apesar de ter feito mal a quem convivia comigo, isso foi muito pior para mim mesma. Hoje, por exemplo, ouvi uma frase típica: "eu acho que você...". Esse é o problema. Tem muita gente achando, criando imagens para as outras pessoas, afinal, isso é bem mais fácil do que conversar e se mostrar aberto a ouvir o que alguém pensa ou sente. Se as pessoas se dispusessem a observar as outras, talvez houvesse muito mais amor e paz. Ignore aquilo pelo qual não vale a pena lutar contra. Mas seja sensível às situações, problemas, vontades e opiniões de outras pessoas. Ouça mais, mesmo que seja chato em certas ocasiões. E fale sempre, mas não tanto quanto ouve. Falar é necessário também, porque quando apenas se ouve, sufoca-se a si mesmo.

Para terminar: não esqueça de levar uma vida mais leve, de acreditar mais na transformação da humanidade. Ela não está totalmente perdida. E para saber como seguir esse último conselho, volte ao início do texto.

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Somos tão jovens

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Entre a infância e a vida adulta, os medos e os impulsos, os amores, paixões e desilusões. Estamos sempre divididos, cercados de possibilidades e caminhos. Somos tão jovens e já temos que andar sozinhos, temos uma história a escrever, mesmo sabendo que vamos nos separar em uma dessas curvas da vida. Somos inconstantes, impensantes, incessantes. Somos tão jovens para termos tantas preocupações e jovens demais também para cometermos imoralidades.

Não acreditamos mais em Papai Noel, mas ainda cremos que tudo isso será pra sempre. Nossa esperteza se limita à inocência que guardamos. Quem dera poder sair por aí gritando numa madrugada qualquer, dançar na rua sem sapato, entrar no mar à noite, pintar o cabelo de vermelho. E viver um amor, fugir da escola, escrever um livro.

E quem sabe não nos encontraremos daqui a uns dez anos e você ainda será apaixonado por mim? Por que não dar continuidade a tudo isso? Mas e se eu perder a vontade no meio do caminho? Se nos desgostarmos? São tantas dúvidas em meio as certezas inquestionáveis dessa nossa idade... Amores e desamores, vontade, necessidade, insaciedade, desinteresse. É um infindável ciclo de processos temporários. Temos um tempo próprio de viver nossas loucuras e sanidades. De prender e libertar.

O fim é quando crescemos e conhecemos o significado de "duradouro". Porque a juventude em si é passageira. Assim como a paixão, como nossas músicas, nossas amizades da escola, nosso prato favorito e o maior sonho da vida. Tudo isso passa. E dói pensar que está prestes a acabar. Não quero limites para viver intensamente. Lá na frente, as burrices serão lembranças. E ao invés de chorar no travesseiro, vamos chorar desejando que o tempo volte. E não vai voltar, não vamos ter nossas oportunidades novamente. E a carta que eu me arrependi de entregar, vai ser mais uma memória do meu próprio tempo, de um dos meus tropeços.

Aí, vamos ter a liberdade que tanto desejávamos e não teremos mais motivo para lutar e brigar. Me parece tão sem graça que isso passe. Por que mesmo? A juventude não é eterna. É mais uma daquelas fases. Lembra? A maturidade vai ser ótima, o gosto da independência é delicioso. Então, há mais um ciclo. Somos tão jovens para já nos preocuparmos com o amanhã. Temos um tempo nosso. Vamos viver e reviver, reescrever, reamar e sair por aí cantando.

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Um pouco mais que namorado

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Que é você, eu não tenho dúvida. É mais que amigo, mais que irmão, mais que namorado. É tudo ao mesmo tempo e mesmo assim, se usasse todas essas palavras, não precisaria o que você é pra mim. O quanto me faz feliz, me transborda, me faz sentir renovada... É o que me impulsiona a dançar loucamente (e sabe que eu não tenho o menor jeito para dança), a enfrentar os meus medos e a amar. Porque amar não é fácil não... Amar você é prazeroso, mas além disso, me ensinou a amar viver e enfrentar o mundo que existe lá fora.


Me ensinou a fazer música com o barulho dos trovões, a sorrir para a amargura, porque o sorriso é meu escudo. Não é assim que você diz? Ah, como eu amo tudo o que você diz. Principalmente as suas poesias, os seus planos de revolucionar, mas, ao mesmo tempo, sinto uma vontade desesperadora de te calar num beijo.


 Minha boca é vazia sem a sua. Porque eu viciei, você me viciou. No alento que está sempre pronto a me conceder, nas suas mãos que se entrelaçam nas minhas, no seu casaco e no cheiro dele. Às vezes, nem sei se eu sou eu, ou se sou você,e nem se você é você, ou sou eu. Nós nos confundimos um no outro até sermos um, num longo abraço.


 Você me protege, como se não houvesse mundo lá fora. E me faz ter vontade de ver o tempo parar, como nenhum outro fez. Guarda meus segredos, como guardaria o diamante mais precioso. Espalha saudade quando sai, amor quando chega. Me deixa ser menina, tão menina quanto sou. Mas me ouve, como quem ouve a uma sábia mulher. E esse é seu sonho, que eu seja sua mulher.


 Eu juro, por você, eu largaria o mundo, sem pensar em futuro, só para me casar no pôr do sol. Só para ver o próximo nascer do dia ao seu lado. Que é o meu amigo, me respeita como tal. Faz dos meus problemas, os teus e vira o mundo de ponta cabeça para resolvê-los, como se fosse meu irmão. E ainda causa uma revolução de borboletas no meu estômago, como se fosse a primeira vez que te vi. Nós nos descobrimos a cada dia. E que venham muitas descobertas para que tenhamos muitos dias para sermos namorados eternamente. Porque independente de medida, o nosso tempo é sempre eterno. Sempre.


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Defensora do Amor

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Estou solteira há dois anos. Eu sei que parece muito tempo, mas não é. Não é quando não se encontrou a pessoa certa. Mas não é porque não estou num relacionamento, que tenha esquecido o amor. Muito pelo contrário, faço campanha pelo amor. O defendo a cada texto, cada conversa, cada paixãozinha. É porque eu sou apaixonada, apaixonadíssima pelo amor. Acho lindo, avassalador. E nem ligo de parecer apaixonada quando não estou e nem de parecer retrógrada, simplesmente amo. Deve ter um depósito desse sentimento dentro de mim, essa é a única explicação plausível.

Porque o amor, ah o amor... E é assim que percebo que o amor começa antes de um relacionamento, antes da pessoa certa. Porque começa em mim, é gerado num processo gradual. Então, sem medo e nem pressa, a minha vontade é espalhar amor por aí, por essa vida vazia ( e às vezes vadia). Amor tem muito, só falta amar. Amem muito, por favor. Só isso  consegue reunir coisas tão boas como felicidade, paz e tranquilidade.

E não importa quão decepcionantes são os relacionamentos e nem o quanto é chato ser a única solteira do grupo, produza amor em larga escala. No dia que o cara certo chegar, eu já vou ter amadurecido o suficiente esse sentimento para vivê-lo a dois. E se não acontecer nem tão cedo, não tem problema. Vou fazer o que eu sei de melhor: defender o amor.

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