Por que não consigo levar o blog (e outras coisas) a frente



  Perdi as contas de quantas vezes escrevi uma postagem sobre como minha vida tem sido corrida e atribuí isso ao meu sumiço de algum lugar (rede social ou vida de alguém). Esses dias me confessei baixinho que o motivo real, na maioria das vezes, foi medo. Toda vez que entro para um novo grupo, me policio para que ninguém nunca encontre o blog, porque ele tem tanto de mim, que me sinto completamente exposta. Nem penso no quanto já gostei de escrever aqui e no quanto foi bom, em diversas situações, colocar para fora todas as coisas que me sufocavam. Talvez eu deva ser mais grata ao blog do que a essas pessoas. As pessoas que são novas na minha vida (e isso varia de fase em fase) acabaram de chegar e esse espaço, que parece até infantil aos olhos alheios, me proporcionou conhecer pessoas incríveis e estar em paz comigo mesma. Nunca fui do tipo de pessoa que quer de qualquer maneira agradar e conquistar os outros. Sempre tentei ser muito autêntica e honesta em relação a quem sou. Mas o blog é sempre algo que faço questão de esconder.

 Acabei de entrar na faculdade e, obviamente, vou deixar de postar os links dos meus textos no Facebook, porque tenho medo de me expor e dos julgamentos sobre isso ser muito bobo ou sem sentido, porque o "público" é pequeno. Se a minha universidade me faz sentir livre em vários aspectos, ela me sufoca quase todos os dias por ter tanta gente que, de alguma maneira, parece ou se faz parecer melhor. Às vezes, só quero gritar.

 Outra coisa que me afastou daqui foi meu antigo relacionamento, que chegou a um ponto que escrever me fazia mais mal do que bem. Afinal, não queria manter meu sentimento por uma pessoa que só me traía e aprisionava e sabia que qualquer texto postado, seria lido por ele e só alimentaria meu ciclo de reaproximação e decepção. Demorei. Mas agora estou livre.

 Desde criança, sou muito ansiosa e em 2014 passei a frequentar o consultório de uma psicóloga para amenizar esse problema, e porque realmente prefiro falar sobre minha vida pessoal com alguém que se isente de julgamentos. Um dos fatores que potencializavam essas crises de ansiedade que andava tendo ("crises" porque tinham efeito físico, inclusive) era o tal relacionamento que já mencionei. Interrompi as idas à terapia, porque, além de ter melhorado, o ano do vestibular não me deixou tempo. Agora que mudei de cidade, quero procurar outra psicóloga, porque tenho tido outros episódios de ansiedade, mais leves, mas não quero que tomem proporções maiores e físicas novamente.

 Então, é basicamente isso: me ausento daqui por medo e vergonha, correria da vida e ansiedade. E talvez seja por esses motivos que mais precise escrever.

 Acho que é a primeira vez que desabafo assim, tão diretamente, e, se não desistir e apagar depois, saibam que nunca fiz nada para aparecer. Nem abrir minha própria vida. Essa é a forma que encontrei de estar mais sã. (A música ali em cima diz bastante sobre como me sinto).

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