Somos tão jovens

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Entre a infância e a vida adulta, os medos e os impulsos, os amores, paixões e desilusões. Estamos sempre divididos, cercados de possibilidades e caminhos. Somos tão jovens e já temos que andar sozinhos, temos uma história a escrever, mesmo sabendo que vamos nos separar em uma dessas curvas da vida. Somos inconstantes, impensantes, incessantes. Somos tão jovens para termos tantas preocupações e jovens demais também para cometermos imoralidades.

Não acreditamos mais em Papai Noel, mas ainda cremos que tudo isso será pra sempre. Nossa esperteza se limita à inocência que guardamos. Quem dera poder sair por aí gritando numa madrugada qualquer, dançar na rua sem sapato, entrar no mar à noite, pintar o cabelo de vermelho. E viver um amor, fugir da escola, escrever um livro.

E quem sabe não nos encontraremos daqui a uns dez anos e você ainda será apaixonado por mim? Por que não dar continuidade a tudo isso? Mas e se eu perder a vontade no meio do caminho? Se nos desgostarmos? São tantas dúvidas em meio as certezas inquestionáveis dessa nossa idade... Amores e desamores, vontade, necessidade, insaciedade, desinteresse. É um infindável ciclo de processos temporários. Temos um tempo próprio de viver nossas loucuras e sanidades. De prender e libertar.

O fim é quando crescemos e conhecemos o significado de "duradouro". Porque a juventude em si é passageira. Assim como a paixão, como nossas músicas, nossas amizades da escola, nosso prato favorito e o maior sonho da vida. Tudo isso passa. E dói pensar que está prestes a acabar. Não quero limites para viver intensamente. Lá na frente, as burrices serão lembranças. E ao invés de chorar no travesseiro, vamos chorar desejando que o tempo volte. E não vai voltar, não vamos ter nossas oportunidades novamente. E a carta que eu me arrependi de entregar, vai ser mais uma memória do meu próprio tempo, de um dos meus tropeços.

Aí, vamos ter a liberdade que tanto desejávamos e não teremos mais motivo para lutar e brigar. Me parece tão sem graça que isso passe. Por que mesmo? A juventude não é eterna. É mais uma daquelas fases. Lembra? A maturidade vai ser ótima, o gosto da independência é delicioso. Então, há mais um ciclo. Somos tão jovens para já nos preocuparmos com o amanhã. Temos um tempo nosso. Vamos viver e reviver, reescrever, reamar e sair por aí cantando.

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