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 Ops, foi sem querer. Tropecei e sei lá como essa mensagem foi enviada. Eu juro, não era nada disso que eu estava planejando há uns cinco dias. Também não pretendia te encontrar esse final de semana às nove em frente ao barzinho que sempre combinávamos de ir e nunca fomos. Não é nada disso. Agora imagina como seria se você fosse e a gente bebesse umas quatro doses de tequila (que nós certamente não beberíamos, porque eu te daria uma bronca antes) e lembrássemos da primeira vez que saí de carro com você. Você saiu e ficou encostado na sua porta, enquanto eu continuei sentada, acreditando que abriria a minha. Quando desencantei da possibilidade de cavalheirismo, uns quatro minutos depois, abri e saí rindo. Você reparou o porquê, soltou uma gargalhada alta e perguntou: “vai me dizer que ainda acredita em príncipe encantado e conto de fadas?”. Acreditei até em você, animal. Eu estava puta. Cê passou o dia meio frio e distante. Não me beijou para se despedir. Respondeu minha mensagem de boa noite com um “ok”. Mas tá ok.
  Agora pensa se nessa mensagem tem também um “ainda quer ter quatro filhos comigo? Tudo bem, vou ceder. Deixo eles terem a sua boca, apesar da minha ter formato de coração”. Acho que você toparia. Ia me largar assim que eu engordasse os dois primeiros quilos, mas seria uma boa ter filhos seus. Sua mãe que não ia gostar nada, eu sei que ela não foi com a minha cara. Ela preferia aquelas suas amigas meio piranMODERNAS... Aposto que ela falou de mim quando eu saí e disse que eu não era boa pra você, que era meio fresca. Minha mãe também não gostava de você e nem meu pai e nem minhas amigas, mas minha cachorra gostava e isso já era um bom começo, né? Mas, depois, a gente discutiu porque você não queria ir à igreja comigo aos domingos e não respondia mais minhas mensagens num prazo de um minuto e aí as coisas ficaram sérias. Eu pensei que fosse mais uma birra do garoto de 11 anos (para deixar clara sua mentalidade) com quem eu saía e que jurava ser meu futuro amorzinho. Mas era você dizendo que já tinha cansado de ser um cara legal e que tinha medo de continuar comigo e querer ser um cara legal de vez. Falando sério sobre essa nossa comédia nem um pouco romântica e meio estabanada, desengonçada e, quem sabe, trágica: você tinha um medo danado de se apegar a mim. Se apegar a mim ainda mais. Se apegar a mim e não querer mais soltar. E já tava com sintomas, que eu percebi. Cê foi, aprontou todas, eu fui a umas baladas, fiquei com uns caras tipo você, outros tipo você só que melhores, mas to aqui te mandando mensagem para saber: como é que você está? E aquele bar, será que rola?

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